Especialistas afirmam que tecnologia salva vidas




Especialistas afirmam que tecnologia salva vidas

O investimento em tecnologias de ponta e uma obra bem planejada pode salvar vidas e evitar grandes incêndios. A conclusão foi unânime entre todos os especialistas que palestraram durante o seminário técnico "Novas tecnologias de proteção contra incêndio: o futuro da tecnologia de proteção hoje", que ocorreu nos dias 13 e 14 de abril, no auditório da Fiemt.O diretor da NFP Brasil, José Carlos Camargo, foi enfático em afirmar que os sistemas especiais de proteção passiva são as melhores escolhas a serem aplicadas pelos engenheiros em ambientes não industriais e indústriais agressivos. "A proteção passiva trata de produtos que ajudam a barrar a propagação de fogo, fumaça e de gases tóxicos. São fáceis de instalar e são aprovados para uma grande variedade de aplicações, também são aprovados por institutos e laboratórios internacionais. São aplicados na passagem de dutos, perímetros de juntas, estrutura de aço, dutos de ar e gordura e, em circuitos de emergência. Em todos os casos, evita um desastre maior em caso de incêndios e abaixa o preço do seguro", resumiu.No sábado foi a vez da exposição do especialista em engenharia de aplicação de sistemas especiais de proteção contra incêndio para indústrias, túneis e áreas específicas de alto risco, Mimmo Micali, diretor para a América Latina da Securiton. Dentre as tecnologias apresentadas, Micali deu destaque aos sistemas de alarme contra incêndio com detector linear de calor, sistema de sucção de fumaça e monitor de vídeo para detecção de fogo e fumaça. "O principal objetivo de cada um dos dispositivos é proteger vidas, prevenir prejuízos e reduzir danos materiais. Quanto mais rápido um incêndio é detectado, menor é a chance da sua evolução, evitando uma tragédia".O engenheiro eletricista Aleksander Grievs, presidente da Associação Brasileira de Proteção contra Incêndio (ABPI), iniciou a sua palestra dizendo que "segurança não é custo, segurança é investimento. Custo é depois do incêndio, quando há empresas que fecham as suas portas".Segundo ele, em função da ISO31000, o planejamento de segurança contra incêndio das empresas devem estar integradas ao planejamento geral da impresa, o que exige ainda mais do profissional. "Pensar um projeto de segurança é conhecer os materiais envolvidos, fazer a análise de riscos e conhecer a orientação do fogo, pois vamos imaginar um produto estratégico como o etanol, como garantir que vamos conseguir fornecer o produto? Se ocorrrer um incêndio ou uma explosão não há como cumprir o contrato", explicou o engenheiro.Ele mostrou vários exemplos de grandes incidentes que ocorreram por conta de curtos, raios e autocombustão. "Cilos de grãos à noite esfriam e de dia aquecem. Em consequência ocorre a condensação de umidade nos grão, em seguida a fermentação que emite o gás metano e surge a combustão espontânea. Para um ambiente como este deve ser instalado sensor de gás e sensor de temperatura para saber quando o ambiente deve ser ventilado."Recomendado para ser utilizado em casos de incêndio com combustíveis, o líquido gerador de espuma (LGE) foi tema da palestra do engenheiro químico Walter Dischekenian, na tarde de sábado do evento. De acordo com o engenheiro, o LGE pode ser utilizado em aeroportos, navios, refinarias, indústria petroquímica, usinas de açúcar e álcool ou em locais onde é necessário manusear, estocar ou produzir combustíveis líquidos. "O produto age na superfície e a densidade da espuma, que é menor que a da água, faz com que ela flutue e forme uma camada que separa as chamas do seu suprimento de oxigênio", afirma Dischekenian. Para o palestrante, empresários que têm interesse em utilizar o LGE devem primeiro procurar um profissional da engenharia para esclarecer a utilização do líquido de acordo com a necessidade e especificidade da atuação. "O LGE sozinho não é eficaz. É necessário ter um projeto individualizado, equipamentos de qualidade, uma espuma de alta performance e treinamento de pessoal. Não recomendamos o uso da espuma em equipamentos elétricos energizados, por exemplo, já que a composição do líquido é de água, e a pessoa que está operando o equipamento pode ser eletrocutada", disse.Como complementação da palestra de Dischekenian, o engenheiro eletricista Aleksander Grievs apresentou a parte prática de aplicação do LGE, com informações sobre a dosagem correta e a porcentagem da espuma que deve ser misturada à água. Grievs também apresentou casos em que a espuma foi utilizada. O evento foi promovido pela Associação Mato-grossense de Engenharia de Segurança do Trabalho (Amaest) em parceria com Apeed Safety, o Crea-MT, a Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea em Mato Grosso (Mútua-MT), o Sistema Fiemt, o Corpo de Bombeiros Militar de MT, Kirchesch Engenharia de Segurança do Trabalho, Engearte, Associação Brasileira de Profisisonais de Segurança, Atizot Engenharia, Excelência Engenharia e Meio Ambiente, Sandra Eudes Engenharia e Consultoria Ambiental, Engecktra, Frederico Mansur Gaiva, Romeo Hideo Hirano e Álvaro Luiz Guerini.*Laís Costa, Josemara Zago e Rafaela MaximianoGecom/Crea-MT